Homens Livres
Livres da Finança e dos Partidos
António Sérgio, um dos principais homens de cultura do século XX português, inspirado pelo socialismo libertário de Proudhon e de Antero de Quental, promotor do cooperativismo, antifascista e antisalazarista, foi o diretor e editor desta revista publicada em 1923.
Entre os seus colaboradores, contavam-se Aquilino Ribeiro, Jaime Cortesão, Raul Proença, etc.
ANTÓNIO SÉRGIO e o COOPERATIVISMO INTEGRAL
«O melhor político é o que mais trabalha por se tornar dispensável; o que se não fulaniza, o que sabe apagar-se; o que pensa somente em emancipar o obreiro; o que promove uma educação para a autonomia plena; o que auxilia o esforço das associações cooperativas para tomarem conta da governação económica, dispensando por aí a intervenção do Estado. Eis o que peço aos senhores da política. Como vê, é o fim de que a «política» se emurcheça e morra que eu entro por vezes na acção política.»
(…)
«Enquanto dominar o maquiavelismo sectário, só haverá a passagem de uma escravidão a outra, - de uma espécie de escravidão a outra espécie de escravidão. Por isso me inclino para o socialismo anarquista, obtido por aplicação do cooperativismo integral. Com o mínimo de política e de senhores mandantes, de partidos e de chefes.»
(…)
«Em suma: só estará de acordo com os meus temas básicos quem tiver intuitos fortemente humanistas; quem for favorável à melhoria do povo e desfavorável à omnipotência dos tubarões da finança. Atenção a este ponto! Desfavorável ao gigantismo dos nosso tubarões plutocratas»
António Sérgio