terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Greve dos Tecelões do Porto que se tornou numa greve ger

A greve começou numa fábrica na Rua do Bonjardim a 6 de Junho de 1903. Espalhou-se a outras fábricas de tecelões e, depois, a dezenas de milhares de operários de todos os sectores.

A jovem trabalhadora Infantina Rosa foi presa, tendo declarado que trabalhava  «das 7 às 7, são 14 horas por dia, com   uma hora  para jantar, mas que às vezes é roubada» .

Com esta greve, os operários inundaram as ruas da cidade e mostraram a miséria e a fome de que sofriam, tendo conquistado o apoio da população em geral que se  comoveu com as crianças  e as famílias operárias famintas.

Polícia e tropa reprimiram grevistas junto das fábricas, nas ruas, nas ilhas. Estes respondiam à pedrada.

Seria, até aqui, uma greve normal, mas o movimento social grevista, com esplêndida organização e adaptada à situação, garantiu o apoio da imprensa diária do Porto; ocupou o espaço público central da cidade; expôs a miséria e a fome em que os operários vivam:; adoptou a não-violência, que paralisou a repressão; negociou   com os industriais de igual para igual; mobilizou a solidariedade dos cidadãos do Porto e do país;  e conseguiu a vitória nas principais reivindicações.

Foi a maior greve até então em Portugal, uma greve geral como nunca se tinha vivido, mas a sua memória perdeu-se, porque os vencedores de então, os anarquistas, foram depois vencidos.     

Fonte: AQUI