A greve começou numa fábrica na Rua do Bonjardim a 6 de Junho de 1903. Espalhou-se a outras fábricas de tecelões e, depois, a dezenas de milhares de operários de todos os sectores.
A jovem trabalhadora Infantina Rosa foi presa, tendo declarado que trabalhava «das 7 às 7, são 14 horas por dia, com uma hora para jantar, mas que às vezes é roubada» .
Com esta greve, os operários inundaram as ruas da cidade e mostraram a miséria e a fome de que sofriam, tendo conquistado o apoio da população em geral que se comoveu com as crianças e as famílias operárias famintas.
Polícia e tropa reprimiram grevistas junto das fábricas, nas ruas, nas ilhas. Estes respondiam à pedrada.
Seria, até aqui, uma greve normal, mas o movimento social grevista, com esplêndida organização e adaptada à situação, garantiu o apoio da imprensa diária do Porto; ocupou o espaço público central da cidade; expôs a miséria e a fome em que os operários vivam:; adoptou a não-violência, que paralisou a repressão; negociou com os industriais de igual para igual; mobilizou a solidariedade dos cidadãos do Porto e do país; e conseguiu a vitória nas principais reivindicações.
Foi a maior greve até então em Portugal, uma greve geral como nunca se tinha vivido, mas a sua memória perdeu-se, porque os vencedores de então, os anarquistas, foram depois vencidos.
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