A empresa multinacional agroquímica Monsanto vai pagar uma multa de 1,5 milhão de dólares por subornar uma autoridade da Indonésia para facilitar a introdução de produtos transgénicos no país. A empresa admitiu que há três anos pagou 50 mil dólares a um elemento do governo indonésio para facilitar a aprovação da introdução do algodão.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou o acordo pelo qual a multinacional vai pagar a multa em troca de que as autoridades não apresentem nenhuma acusação formal durante os próximos três anos. Neste período, a empresa será monitorada e caso cumpra todos os termos do pacto, o caso será abandonado
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Segundo as acusações, a Monsanto contratou uma empresa indonésia de consultoria que subornou um funcionário do ministério do Meio Ambiente da Indonésia para autorizar a venda de produtos transgénicos sem que fossem feitas as avaliações de impacto ambiental, o que é exigido no país. Pela transacção, um funcionário da empresa norte-americana pediu para que a consultoria apresentasse facturas falsas, especificando como "gastos de consultoria", o que consta também nos livros da contabilidade da Monsanto.
Nos Estados Unidos, há uma lei contra as práticas corruptas no exterior que persegue as empresas norte-americanas que realizam subornos ou práticas similares. Apesar do suborno, a autoridade indonésia, que não foi identificada, não alterou o decreto que determinava a necessidade de um estudo de impacto ambiental do algodão transgénico. A Monsanto disse ter despedido todos os funcionários envolvidos no caso e que criou o cargo de director de conduta nos negócios. A empresa também actua no Brasil e beneficia da nova lei que liberaliza o plantio de transgénicos.