quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Ecologistas versus conservacionistas

Os ecologistas distinguem-se dos conservacionistas ( e preservacionistas) com quem têm apesar de tudo, muitas coisas em comum.
Para os primeiros as respostas aos problemas ambientais não passam apenas pela adopção de legislação e da criação de reservas e parques,ou aumentar o controle e fiscalização da poluição.

Os desequilíbrios e os graves problemas ambientais com que o planeta se defronta não se resolvem com simples preocupações em salvaguardar o que resta da natureza ou em prevenir riscos para a sobrevivência da vida. A exploração e a depredação da natureza levada a cabo pelo homem chegou a tal ponto que só uma inflexão e uma verdadeira mudança de atitude ( política, económica e individual) para com o meio ambiente poderá dar resposta à evolução suicidária deste capitalismo predatório.

Assim, e ao contrário do que defendem os conservacionistas, os ecologistas afirmam claramente que são imprescindíveis e fundamentais mudanças no modelo económico «produtivista» e industrial de forma a alterar substancialmente a relação entre o homem e a natureza que foi seguida até agora, e que implica necessariamente profundas mudanças na forma como a sociedade está organizada e se estrutura economicamente. Só assim será possível recentrar o homem dentro da natureza, e não concebê-lo como inimigo e dominador-explorador da natureza, superando algumas dualidades cartesianas e a ideologia dominante da razão economicista e produtivista.

Por isso mesmo é que os ecologistas contestam o darwinismo e a defendem o mutualismo, isto é, a teoria de afirma a interdependência de todas as coisas.
O fundador da economia, o liberal Adam Smith, assim como o famoso Malthus, acompanham Darwin nacrença comum que e competição e «a luta pela sobrevivência» são a tendência natural entre os seres vivos, e que explicaria o progresso industrial, tecnológico e humano.

Ora o pensamento ecologista desenvolveu-se em grande medida como reacção a esta perspectiva. Considerar a competição como a força ubíqua que explica a evolução das espécies e a estrutura da biosfera é certamente um exagero. Daí a necessidade de uma visão holística e eco-sistémica que supere as concepções mais reducionistas, responsáveis pela multiplicação de especialistas que quanto mais afunilam o seu conhecimento especializado mais denunciam a sua incapacidade de entenderem a complexidade sistémica da vida.