quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A Guerra é o mesmo que Terrorismo, mas com um orçamento maior!...

Ultimamente fala-se muito de terrorismo. Talvez esta seja uma forma de, falando-se de terrorismo, fazer esquecer os assuntos da guerra. O que é espantoso!

Porque a semântica não nos engana: em termos de escalada e de custos humanos e materiais, a guerra é muito pior que o terrorismo... O certo é que o poder global instituído (leia-se os Estados Unidos) prefere falar de terrorismo, e fazer esquecer que os Estados Unidos ( seus aliados) estão em guerra...

Já agora é preciso não esquecer o significado do envio dos guardas republicanos portugueses para o Iraque: o Estado Português também está em guerra!

Mas esta inversão que consiste em sobrevalorizar o terrorismo para desvalorizar a guerra constitui não só um óptimo exemplo de como a ideologia dominante funciona (=uma mentira repetida mil vezes, torna-se «realidade»), mas ainda uma boa demonstração de como funciona a governação estatal dos países ditos «democráticos», isto é, de como a elite económico-política se reproduz e se mantém sobre toda a população, depois de se assenhorear do poder político e esvaziar de conteúdo a democracia com que enchem a boca todos os dias a fim de enganar os tolos.

É por isso que a democracia está refém desta estratégia de poder oligárquico globalizador que governa populações e sociedades inteiras, e que não passa de um dispositivo retórico para legitimar e reproduzir um poder económico e político eminentemente oligárquico, com necessidade de refrescar permanentemente o seu pessoal político de modo a que tudo fique na mesma.

A democracia tornou-se pois em mais uma mistificação ao lado de outras tais como as "guerras humanitárias", e a "luta contra o terrorismo". Cabe aos homens amantes da liberdade e da emancipação humana desmontar toda essa panaceia que condiciona e lança para a cegueira mental milhões de seres.

Por isso, e mais do que nunca, é necessário um enorme e colossal esforço no campo da educação e formação para neutralizar a matraqueagem preparada pelo poder através dos meios de comunicação de massa postos ao seu serviço pelos grandes grupos económicos que dominam hoje a produção e circulação da informação (daí não ser despropositada a afirmação que estamos numa fase de transição de um capitalismo patrimonial para um capitalismo informacional, onde o núcleo duro do capital já não é representado por património material, mas pela posse da informação, uma vez que esta é um pré-requisito para o assenhoreamento e apropriação dos principais bens económicos) .

O terrorismo é um meio de acção descredibilizador que não contém nada de positivo para a emancipação social. Trata-se até de uma via de acção que exaspera as tendências primárias arcaicas dos indivíduos (homem-lobo) não ajudando à construção social da fraternidade e liberdade enquanto projecto colectivo partilhado por cada indivíduo.