quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O «humanitarismo» lucrativo.

Há mais de 100 milhões de minas pessoais disseminadas pelo mundo inteiro. Estes artefactos continuam a explodir muitos anos depois do fim das guerras que tinha justificado a sua colocação. Algumas dessas minas têm o cinismo cruel de estarem desenhadas sob a forma de bonecas, borboletas ou objectos coloridos que facilmente chamam a atenção das crianças. E, realmente, verdade seja dita: as crianças acabam por ser metade das vítimas daquelas minas.
Paul Donovan, um dos promotores da campanha mundial pela proibição das minas pessoais, denunciou recentemente que as fábricas de armamento ( e de minas) encontraram uma nova galinha de ovos de ouro: estas empresas dedicam-se agora a oferecer os seus préstimos para limpar e desminar os terrenos onde foram semeadas tais minas. Aparentemente nada de anormal: ninguém melhor do que os próprios fabricantes a encarregarem-se do assunto. Acontece que o negócio da desminagem é altamente lucrativo: arrancar as minas custa 100 vezes mais que colocá-las!